quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Futuro

Com a eliminação da Taça de Portugal, os objectivos desportivos do Sporting ficaram reduzidos a uma carreira mais ou menos prolongada na Liga Europa, a uma prestação digna na Liga Portuguesa e à participação na Incipiente Taça da Liga. Paulo Sérgio perdeu qualquer hipótese de futuro em Alvalade e, com ele, ganham direito a guia de marcha Costinha e José Eduardo Bettencourt (este numa versão “Bilhar Grande”).

O futuro do Sporting define-se numa simples palavra: liderança. Há que reconhecer que temos escolhido mal os nossos dirigentes (desde Sousa Cintra que o Sporting não tem um Presidente que “sonhe” o clube à medida da sua verdadeira grandeza). Este ocaso corresponde ao início do Roquettismo e qualquer propósito de mudança tem de passar forçosamente pela fuga às cooptações (sejam mais ou menos veladas).

O problema está em encontrar essa liderança. Dos que conheço só há um nome que me merece crédito: Luís Figo. Desconheço, todavia, se o antigo internacional tem a ambição de tornar-se dirigente na verdadeira acepção do termo. Mas seria dos poucos capazes de reunir a nação leonina na senda de novas conquistas. Com ele à frente do futebol profissional, regressaria um nível superior de exigência.

A vertente técnica necessita também de uma aposta inapelável na qualidade. Aí, as hipóteses são mais variadas, embora maioritariamente no estrangeiro. O importante seria redefinir o conceito de futebol que o Sporting pretende incorporar. Para tal é necessário um treinador com elevado sentido de grupo, com sensibilidade para as camadas jovens e com disponibilidade para abraçar um projecto de médio/longo prazo.

E jogadores? No curto prazo, penso que a contratação de reforços seria contraproducente. Acredito que este plantel pode ser melhor preparado (Paulo Sérgio é muito fraco) e que seria perfeitamente possível atingir os actuais objectivos com o plantel existente. No máximo, procuraria mais um avançado (explorando a possibilidade de empréstimos de jogadores encostados em clubes de ligas mais competitivas).

A médio prazo, o Sporting necessita de restringir a sua política de contratações a apenas um requisito: qualidade! Bem sei que é cara, mas preferiria que os 30 milhões gastos por JEB fossem canalizados para três ou quatro jogadores; valores que inflacionassem o potencial da equipa e que pudessem ser referência para os mais jovens. Quantos jogadores contratados nos últimos anos roçaram a mediocridade? Quantos jovens ficaram tapados por esses maus exemplos de potencial futebolístico? Os resultados teriam sido piores se tivesse existido uma aposta total na juventude?

Aceito que o Sporting tenha que gastar menos que os seus adversários, por isso tem forçosamente que gastar MELHOR. Para isso tem que estudar criteriosamente o mercado, sem dependências de empresários.

Estes seriam os primeiros passos para um projecto vencedor. Não nos falta dinheiro, não nos falta sorte. Falta-nos CORAGEM para escolher um Sporting vencedor. Falta-nos REPUDIAR os poderes vigentes que querem um leão subserviente (poderes esses tão facilmente definíveis nos meios de comunicação nacionais).

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