sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Génese das SID

Braz da Silva está a seduzir muitos sportinguistas com o propalado fundo de jogadores no valor de 50 milhões de euros. Embora reconheça que o plantel leonino necessita de um "upgrade", penso que o cerne duma proposta de liderança não deve cingir-se a este aspecto. Aliás, qualquer vislumbre de injecção de capital deve ser acompanhada pela angariação de uma estrutura competente para correcta gestão do referido fundo. E, até ao momento, desconhecem-se os nomes que garantam esse desiderato.

Ainda sobre o fundo de investimento. Imaginar cinquenta signatários leoninos que alimentem esse alfobre parece-me muito improvável. Entrará aí, imagino, o tal capital estrangeiro. Mas, nesse contexto, a noção de fundo perde capacidade, tornando-se provável a formação duma sociedade de investimento desportivo (cujos proveitos dificilmente serão restringidos aos tais 8%). As SID já existem de certa forma, detidas normalmente por empresários de grande capacidade económica. A evolução desta nomenclatura para um espaço gravitacional próximo dos clubes é extremamente complexa e deve obedecer a critérios muito claros.

À partida, existe espaço para essa associação: os clubes necessitam de capital para investir em equipas mais competitivas e os investidores podem ver no futebol um mercado com elevado nível de retorno. Mas existem dificuldades: o actual regime de contratos (que quase que obriga a um envolvimento dos empresários dos jogadores nesta lógica organizacional), os custos inerentes a vencimentos e prémios de desempenho e, obviamente, as vicissitudes do mercado.

Não é um caminho fácil. Obriga a extrema competência em áreas muito diferentes e, sobretudo, seriedade. Por isso, o desafio proposto a Braz da Silva mais do que arranjar 50 milhões, o capital que este candidato deve reunir é de competência e seriedade....

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